"Umbanda é coisa séria para gente séria". Umbanda, sendo a única religião criada no Brasil, não pode ser dividida. Quem tiver esta pretensão cairá no ridículo. A nossa religião deve ser tratada com todo carinho, amor, serenidade e estudo, sobretudo com a renovação de caráter dos que a professam para que a mesma possa espelhar a grandeza de sua doutrina.

sábado, 17 de julho de 2010

Silêncio no terreiro.


Por que pedimos silêncio no terreiro?
Atente para o que você fala. Boas palavras são as que edificam, elevam
e agradam.

Más palavras são as que destroem, rebaixam e machucam.
O que sai de sua boca é força criadora.
Os Orixás se expressam pelo som e a Palavra é um dos meios de
manifestação do Divino na Terra.
Os Orixás, provindos de Olurum - Deus - são os Grandes Criadores.

A palavra proferida passa a produzir efeitos.
Não há como fazê-la retornar.

Por isso, ao adentrar um terreiro de Umbanda, pense antes de falar.
Pense novamente e Evite excessos.

Falangeiros dos Orixás muito antes de vossa chegada já estão no local
fazendo no Astral os aprontes necessários para a sessão.

Todo o aparato para socorrer e curar espíritos doentes e sofredores
está pronto.

Os meios necessário para a defesa deste hospital de almas - um
terreiro de umbanda - estão ativados, com a finalidade de refrear e
conter os ataques trevosos que a casa receberá antes, durante e depois
da sessão.

Não seja você porta voz das sombras, trazendo desarmonia.
Facilite nosso trabalho: não julgue nada, não omita opinião, seja
imparcial com o momento existencial e a dor de cada um.

Você não sabe do seu passado, então vigie seus pensamentos e as suas
palavras.

Regre-se pela verdade e pela sensatez.
Regule o tom de sua voz.
Fale baixo, e seja delicado com as pessoas.
Médiuns trabalhadores, é dever transmitir paz, certeza, carinho e
alegria aos que chegam.

Tudo o que você fala precisa ser digno de ser ouvido por nós do lado
de cá, singelos obreiros dos Orixás.

Lembre-se sempre disso e fale aos outros como se estivesse falando
direto com Olurum - Deus - ao adentrar um terreiro de umbanda na
Terra. 



Texto inspirado por Exu Tiriri
Fonte UmbandaOnline


sexta-feira, 16 de julho de 2010

Louvor de Exu aos Orixás





        Exu na terra é quem manda, exu no fogo quebra-se demanda.
        Na água roga a Oxalá e a Iemanjá para nunca mais penar.
        No ar pede a Iansã que eleve seu espírito em sua evolução.
        Das pedreiras, Xangô sempre observa os meus caminhos, quando olho para trás vejo Sr. Ogum colhendo as dádivas dos caminhos de quem trilhei para o bem e fechando os caminhos de quem trilhei para o mal, quando olho para frente vejo novamente Sr. Ogum com os braços abertos a me esperar.
        Oxossi meu real sabedor, doa sua sabedoria e todo  seu conhecimento para que eu atinja minha evolução, recebendo ordens de Sr. Omolu e Sra. Nanã em seu campo de atuação.
        Os pretos velhos com sua sabedoria e paciência milenar ensinam-me o amor de Oxum para que eu passe aos meus consulentes que sigam com amor, fé, justiça, lei, sabedoria e que gerem a partir desses dons o sentido de maternidade ou amor a vida para que atinjam sua evolução em busca de seu encontro com o Criador.
        Eu Exu, na linha de Umbanda atuo sobre todos que me respeitam, pois estas são as ordens de Sr. Ogum orixá que na linha de Umbanda me comanda.


Exu de Umbanda

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O axé das ervas.

Eis um grande fundamento, fonte de poder e axé dentro da nossa Umbanda. As ervas estão presentes em quase tudo, o que fazemos religiosamente na Umbanda desde uma defumação até coroações e amacis. Nos cultos de nação ou Candomblés o dono do segredo das folhas é Ossain, a seguir lhes contarei uma lenda sobre esse Orixá na visão do Candomblé.


Ossain, filho de Nanã e irmão de Oxumare, Ewá e Obaluayê, era o senhor das folhas, da ciência e das ervas, o Orixá que conhece o segredo da cura e o mistério da vida. Todos os Orixás recorriam a Ossanin para curar qualquer moléstia, qualquer mal do corpo. Todos dependiam de Ossain na luta contra a doença. Todos iam à casa de Ossain oferecer seus sacrifícios. Em troca ele lhes dava preparados mágicos: banhos, chás, infusões, pomadas, abô, beberagens.

Curava as dores, as feridas, os sangramentos; as disenterias, os inchaços e fraturas; curava as pestes, febres, órgãos corrompidos; limpava a pele purulenta e o sangue pisado; livrava o corpo de todos os males.

Um dia Xangô, que era o deus da justiça, julgou que todos os Orixás deveriam compartilhar o poder de Ossain, conhecendo o segredo das ervas e o dom da cura.

Xangô sentenciou que Ossain dividisse suas folhas com os outros Orixás. Mas Ossain negou-se a dividir suas folhas com os outros Orixás. Xangô então ordenou que Yansã soltasse o vento e trouxesse ao seu palácio todas as folhas das matas de Ossain para que fossem distribuídas aos Orixás. Yansã fez o que Xangô determinou. Gerou um furacão que derrubou as folhas das plantas e as arrastou pelo ar em direção ao palácio de Xangô. Ossain percebeu o que estava acontecendo e gritou:

- "Euê Uassá!". "As folhas funcionam!"

Ossain ordenou às folhas que voltassem às suas matas e as folhas obedeceram às ordens de Ossain. Quase todas as folhas retornaram para Ossain. As que já estavam em poder de Xangô perderam o Axé, perderam o poder da cura.

O Orixá Rei, que era um Orixá justo, admitiu a vitória de Ossain. Entendeu que o poder das folhas devia ser exclusivo de Ossain e que assim devia permanecer através dos séculos. Ossain, contudo, deu uma folha para cada Orixá, deu uma euê para cada um deles.

Cada folha com seus axés e seus efós, que são as cantigas de encantamento, sem as quais as folhas não funcionam. Ossain distribuiu as folhas aos Orixás para que eles não mais o invejassem. Eles também podiam realizar proezas com as ervas, mas os segredos mais profundos ele guardou para si. Ossain não conta seus segredos para ninguém, Ossain nem mesmo fala. Fala por ele seu criado Aroni. Os Orixás ficaram gratos a Ossain e sempre o reverenciam quando usam as folhas.

Essa é uma das lendas mais interessantes que conheço sobre esse Orixá, não cultuado na Umbanda mas muito reverenciado, cultuado e respeitado nos Candomblés brasileiros, costuma-se dizer nas roças que sem folha não se faz Orixá, na Umbanda podemos dizer que realmente é quase imprescindível a presença das ervas em nossa liturgia.

Na Umbanda o Axé vegetal é regido por Pai Oxossi e Mãe Obá, onde Pai Oxossi rege as folhas, caules e frutos e Mãe Obá as raizes.

As ervas tem o poder de limpar e equilibrar nossos corpos astrais nos preparando para os trabalhos religiosos, bem como tem o poder de nos curar e proteger.

É de tradição popular se receitar um chá de boldo ou caqueja para quem está com problemas de má digestão ou de fígado, tomar chá de camomila para acalmar, entre outras receitas do conhecimento popular, que se fossemos listar aqui ficaria uma lista imensa e incompleta.

Eis aí uma forma muito comum de nossos guias indicarem o uso de ervas em benefício de nossos próximos, chás.

Outra forma muito tradicional de se utilizar as ervas é o banho. Os banhos em geral são feitos para limpeza, equilíbrio ou proteção, em geral os guias indicam 1, 2, 3 ou 7 servas, em casos mais específicos 9, 21 ervas.

O Amaci é um preparo feito para a lavagem de coroa dos médiuns em consagrações, são feitos com ervas e a água do Orixá onde descansam por alguns dias.

As defumações quando indicadas por entidades também obedecem o mesmo critério dos banhos, quanto ao número de ervas a serem empregas. É importante que estejam secas de forma adequada e que o braseiro esteja bem acesso, as brasas devem estar em um vermelho intenso para que não se corra o risco de apagarem antes do fim da defumação.

Fonte de pesquisa da Lenda: http://www.casadeoya.com.br/orixas_ossainlendas.htm